Inauguração
do Espaço Cultural Fernando Augusto
Discurso
do Presidente da Direção do Grémio Dramático Povoense
Muito boa tarde, sejam bem-vindos
Hoje festejamos duplamente. Celebramos a
inauguração deste nobre espaço, e celebramos Fernando Augusto o homem da
cultura que lhe dá o nome. Hoje, o Grémio e a cidade da Póvoa de Santa Iria
passam a ficar dotados de uma moderna sala de espetáculos e o município de Vila
Franca de Xira faz o justo reconhecimento a uma das suas figuras ímpares.
As minhas primeiras palavras vão em louvor de Fernando Carlos
Mascarenhas Augusto nascido em 1947 e falecido em 2003. Precisamente hoje, 5 de
Dezembro, celebraria o seu 67º aniversário. Notável homem do teatro foi não só
um dedicado e exigente encenador mas foi também, e principalmente, um emérito e
premiado autor. Amplamente conhecida esta sua faceta, outras há que relevar
como a de romancista, poeta, professor, divulgador cultural e associativista.
De Fernando Augusto haverá com toda a certeza ainda muito para estudar e para
escrever, quer sobre o homem quer sobre a obra. Com orgulho tivemo-lo como
encenador e Presidente do Grémio Dramático Povoense, com orgulho temos o seu
nome nesta nova casa. Caro Fernando Augusto estarás sempre entre nós.
Dirijo agora as minhas palavras para esta nova casa em
que nos encontramos e atrevo-me a dizer que a cidade da Póvoa com os seus
milhares de habitantes e o Grémio como sua principal entidade cultural já
mereciam há muito uma moderna sala de espetáculos. Esta é, não só a
concretização de uma velha ambição do Grémio, mas também a materialização de
uma carência da cidade da Póvoa.
Esta obra foi difícil e morosa. Foram inúmeras as reuniões,
as coordenações e os contatos para discussão das ambições, das possibilidades e
das realidades. Muito se falou do velho Cine Nazaré, do Mercado, da intenção de
um espaço com mais área para cobrir todas as necessidades, da ideia de mais
estacionamentos circundantes, etc, etc. Da ambição do espaço à sua concretização
passaram-se cerca de quinze anos, uma mão cheia de projetos, um País em crise e
uma construção cheia de problemas e vicissitudes.
Contudo, não mais importa discutir se esta casa preenche
todas as expetativas, ou se poderia ter sido realizada de outro modo ou noutro
local, ou se sim, ou se não. O mundo perfeito não existe, nem nunca se pode
agradar a todos. O importante, é que temos aqui a obra que foi possível, uma
moderna casa para espetáculos e que tudo o mais será com certeza ultrapassado
com a ajuda de todos.
Sr. Presidente da Câmara Municipal. O Grémio agradece a
obra e a confiança que o Município em nós deposita para geri-la. Já tivemos
oportunidade de lhe transmitir as preocupações inerentes aos gastos de
manutenção do espaço que recaem integralmente sobre o Grémio. Não somos de
desistir às primeiras dificuldades e tudo faremos para honrar os nossos
compromissos, mas também não colocaremos a situação financeira do Grémio em
risco, nem cometeremos loucuras para além das nossas possibilidades, pelo menos
com a minha pessoa como Presidente da Direção. Permita-me também que lhe torne
a referir o estacionamento nesta zona, que esteve previsto, mas que
infelizmente não se concretizou. Todos conhecemos as dificuldades deste núcleo
mais antigo, e sem esse estacionamento de proximidade será muito difícil
cativar as pessoas para a utilização deste espaço.
Sr. Presidente, Alberto Mesquita, para além
da confiança depositada no Grémio para a gestão deste espaço, quero também
publicamente agradecer-lhe a si e à sua equipa o relacionamento simples, claro
e conciso que connosco têm tido, numa relação franca e honesta que muito honra
ambas as partes.
Temos consciência de que são difíceis os
tempos que atravessamos e que os recursos financeiros da Câmara Municipal e
Junta de Freguesia são escassos para responder cabalmente a todas as solicitações.
Contudo, pensamos ser cada vez mais premente e essencial que a ajuda dos órgãos
autárquicos passe por outras vias, além da exclusivamente financeira. Hoje em
dia, muitos dos projetos culturais vingam através do acesso a fundos
comunitários ou nacionais. Infelizmente, os concursos a esses fundos têm que
obedecer a inúmeros trâmites legais e burocráticos, tornando-se extremamente
complicados para as associações sem fins lucrativos e que vivem essencialmente
do voluntariado dos seus diretores, muitos deles trabalhadores e com pouco
tempo disponível em horário útil. Será aí, caros senhores, que cada vez mais a
ajuda às associações terá que ser feita, uma vez que os serviços das autarquias
já dispõem dos meios, da experiência e do “know
how” para o efeito.
Todavia, é importantíssimo frisar que,
independentemente dos apoios que possamos ter das instituições, são as pessoas,
como espetadores dos nossos espetáculos ou como participantes nas nossas
atividades, que são o nosso maior garante de continuidade.
Sras. e Srs., vós sois simultaneamente o
objetivo da nossa existência e o garante da nossa sobrevivência. Existimos para
vos servir, mas só persistiremos se vocês aderirem às nossas atividades e assistirem
aos nossos espetáculos.
Neste momento de júbilo, quero aqui também
deixar uma palavra de especial apreço para com todos os diretores e
colaboradores que contribuíram e contribuem para a dinâmica do Grémio. Bem-hajam.
Caríssimos, somos com orgulho a mais antiga
coletividade da Póvoa de Santa Iria e uma das mais antigas do Concelho. O
Grémio comemora este ano o seu 125º aniversário e esta casa é a cereja no topo
do bolo.
Termino apelando a todos que nos ajudem. Sejam
frequentadores assíduos deste espaço que honra Fernando Augusto, do espaço sede
do Grémio, que mantemos e, como não poderia deixar de ser, que se tornem
associados do Grémio. Só assim conseguiremos persistir e servir-vos cada vez
melhor.
Viva o nosso Município, viva a nossa cidade e
viva o nosso Grémio Dramático Povoense.